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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ingurgitamento mamário

No ingurgitamento mamário, há três componentes básicos: congestão/aumento da vascularização, acúmulo de leite e edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático. Já em 1951 foi publicada a seqüência de eventos implicados no ingurgitamento mamário: retenção de leite nos alvéolos distensão alveolar compressão dos ductos obstrução do fluxo do leite piora da distensão alveolar aumento da obstrução. Secundariamente, aparecerá edema devido à estase vascular e linfática. Não havendo alívio, a produção do leite é interrompida, com posterior reabsorção do leite represado. O aumento da pressão intraductal faz com que o leite acumulado sofra um processo de transformação em nível intermolecular, tornando-se mais viscoso. Daí a origem do termo "leite empedrado".
É importante diferenciar o ingurgitamento fisiológico do patológico. O primeiro é discreto e representa um sinal positivo de que o leite está "descendo". Não requer intervenção. Já no ingurgitamento patológico, a distensão tecidual é excessiva, causando grande desconforto, às vezes acompanhado de febre e mal-estar. A mama encontra-se aumentada de tamanho, dolorosa, com áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não flui com facilidade. Costuma ocorrer com mais freqüência em torno do terceiro ao quinto dia após o parto e geralmente está associado a um dos seguintes fatores: início tardio da amamentação, mamadas infreqüentes, restrição da duração e freqüência das mamadas, uso de suplementos e sucção ineficaz do bebê.
O ingurgitamento pode ficar restrito à aréola (areolar) ou ao corpo da mama (periférico) ou pode acometer ambos. Quando há ingurgitamento areolar, a criança pode ter dificuldade na pega, impedindo o esvaziamento adequado da mama, o que piora o ingurgitamento e a dor.

Prevenção

As seguintes recomendações são úteis na prevenção do ingurgitamento mamário:

iniciar a amamentação o mais cedo possível;
amamentar em livre demanda;
amamentar com técnica correta;
evitar o uso de suplementos.

Tratamento

Uma vez instalado o ingurgitamento, recomendam-se as seguintes medidas:

se a aréola estiver tensa, ordenhar manualmente um pouco de leite antes da mamada, para que ela fique macia o suficiente para o bebê abocanhar a mama adequadamente;
amamentar com freqüência, em livre demanda;
fazer massagens delicadas nas mamas - importantes na fluidificação do leite viscoso e no estímulo do reflexo de ejeção do leite;
usar analgésicos sistêmicos/antiinflamatórios (ibuprofeno é considerado o mais efetivo, auxiliando também na redução da inflamação e do edema; paracetamol pode ser usado como alternativa);
usar suporte para as mamas ininterruptamente; usar sutiã com alças largas e firmes, para alívio da dor e manutenção dos ductos em posição anatômica;
usar compressas mornas para ajudar na liberação do leite;
usar compressas frias após ou nos intervalos das mamadas para diminuir o edema, a vascularização e a dor.
Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção. O esvaziamento da mama é essencial para dar alívio à mãe, diminuir a pressão mecânica nos alvéolos, aliviar o obstáculo à drenagem da linfa e edema, diminuir o risco de comprometimento da produção do leite e, sobretudo, da ocorrência de mastite".

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